Espiritualidade jovem

Como provocar no jovem o desejo do seguimento ao Senhor, quando atrativos de diferentes níveis e a agitação do cotidiano desafiam a vivência de uma verdadeira espiritualidade? Como motivá-lo a uma espiritualidade compreensível e acessível, cheia de sentido, gosto, orientação, segurança e alegria de viver?

O documento 85 da CNBB, sobre os desafios e perspectivas pastorais na evangelização da juventude, mostra com clareza as possibilidades de trabalhar a juventude e de encontrar nela um lugar teológico da comunicação de Deus. Tudo isso desafia a Igreja a uma proposta de espiritualidade como caminho que dê sentido à vida, em um constante diálogo com o Pai, através de Jesus, no Espírito Santo.

Nessa perspectiva, os pastores, agentes de pastoral, catequistas, pais e lideranças de uma forma geral, é levada a apresentar a espiritualidade como uma motivação central que orienta a vida de acordo com a Vontade de Deus. Devem propor aos jovens uma mística centrada em Jesus Cristo e no Seu projeto de vida, tendo o cotidiano como lugar privilegiado de conversão, marcada pela vida comunitária, apoiada no exemplo de Maria Santíssima e conduzida pelo compromisso com o Reino,  transformando a sociedade a partir da sensibilidade diante do sofrimento do próximo.

Para alimentar constantemente a espiritualidade cristã, é necessário que o jovem encontre pessoas e momentos que o marquem profundamente, provocando nele o desejo da verdadeira mudança. Ao optar pela vida em Deus, o jovem assume nova postura e passa a ser naturalmente percebido, admirado e seguido pelos seus companheiros. Entre tantos meios para tornar possível esse crescimento, destaca-se:

•  Oração pessoal e comunitária: Jesus não se cansava de rezar ao Pai. O jovem deve encontrar na oração um caminho para a sintonia com Deus, através de uma diálogo pessoal e intímo que cura as feridas, corrige os passos, orienta a vida, perdoa os pecados, acorda do comodismo e da inércia, critica as omissões e dá alegria de viver. Da mesma forma, rezar com os outros deve fazer parte dessa realidade, sobretudo nas Missas dominicais, que ultrapassam as preocupações, as frustrações e cansaços presentes na rotina da semana. É preciso recuperar o Domingo do Senhor como um dia especial de revigoramento espiritual em que a Eucaristia ocupa lugar central.

 
• Leitura da Bíblia: Quanto mais mergulhamos nas Sagradas Escrituras mais entendemos o que somos, para onde vamos e o que devemos fazer.

• Sacramentos: De maneira especial encontramo-nos com Jesus na celebração dos sacramentos. Batizado, o jovem deseja se tornar adulto na fé. Crismado, recebe os dons do Espírito Santo sendo consagrado para a missão. Na reconciliação, é envolvido e regenerado, numa fase da vida delicada onde se sente agredido, atormentado e seduzido por tantos contra-valores. Na Eucaristia, recebe um alimento eficaz que o fortifica.

• Nossa Senhora: A partir das Celebrações Litúrgicas e das diversas expressões populares, como a reza do Terço, Romarias, peregrinações, o jovem reconhece a presença Materna de Maria e se sente abraçado pela Mãe.

Além desses exercícios, também são importantes os diversos encontros espirituais, como jornadas, formações, retiros, vigílias etc, e o estudo dos documentos da Igreja e sobre a vida dos Santos, especialmente os jovens como Santa Inês, São Domingos Sávio, Santa Albertina entre outros.