Conhecendo o Deus do Antigo Testamento

O texto a seguir foi retirado do site O Catequista. Vale a pena visitar esse site e aprender, de uma forma bem humorada, assuntos importantíssimos do Cristianismo.



O DEUS DO A.T. GOSTAVA DE CASTIGAR?

Dilúvio, grandes pragas, anjos exterminadores, cidades inteiras destruídas, apedrejamentos… Ao considerar certas passagens sangrentas do Antigo Testamento, muita gente tem a impressão de estar vendo um filme do Tarantino. E o que não falta é cristão achando que o Deus do A.T. era cruel e rígido em excesso, e que somente no Novo Testamento Ele mostrou a sua Face de amor e de bondade.
ANTIGO_TESTAMENTO_PUNICOES

Entretanto, essa impressão pode se desfazer se observarmos o A.T. na sua globalidade. Basta um pouco de atenção para perceber a afeição e a doçura de Deus em toda a Bíblia, e a sua profunda dor diante da maldade dos homens. Deus não sente nenhum prazer em nos punir seus filhos, e, quando lhes envia sofrimentos, seu objetivo é a conversão ou a necessidade urgente de cessar o mal:
Terei eu prazer com a morte do malvado? – oráculo do Senhor Javé. – Não desejo eu, antes, que ele mude de proceder e viva? (Ez 18:23)
Meu povo é inclinado a separar-se de mim, convidam-no a subir para o Altíssimo, mas ninguém procura elevar-se. (…) Meu coração se revolve dentro de mim, eu me comovo de dó e compaixão. Não darei curso ao ardor de minha cólera, já não destruirei Efraim, porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não gosto de destruir. (Os 11:7-9)
E, quando o povo, ao passar por um mau momento, murmurou contra Deus, Ele rebateu explicando que a desgraça dos maus, antes de ser fruto da ira divina, é a consequência natural de suas más ações:
Dizeis: não é justo o modo de proceder do Senhor. Escutai-me então, israelitas: o meu modo de proceder não é justo? Não será o vosso que é injusto? Quando um justo renunciar à sua justiça para cometer o mal e ele morrer, então é devido ao mal praticado que ele perece. (Ez 18:25-26)
O DEUS DO A.T. NÃO TINHA MISERICÓRDIA?

É uma enorme calúnia dizer que o Deus do A.T. era implacável. Dar mais colher de chá do que Ele dava, impossível!!! Por diversas vezes Ele perdoou pessoas e populações inteiras, que antes estavam destinadas à destruição por causa de seus pecados:
  • quando Moisés ainda estava no alto do Monte Sinai recebendo as tábuas da Lei, o Senhor viu que o povo estava adorando o bezerro de ouro; então resolveu destruir a todos e poupar somente a Moisés e sua tribo. Moisés, porém, o convenceu a perdoá-los. “E o Senhor se arrependeu das ameaças que tinha proferido contra o seu povo” (Ex: 32-14);
  • o profeta Jonas profetizou que a cidade de Nínive seria em pouco tempo aniquilada; vendo como os ninivitas “renunciavam aos seus maus caminhos, Deus arrependeu-se do mal que resolvera fazer-lhes, e não o executou” (Jo 3:10).
A ocasião em que Deus decide passar o rodo nas cidades de Sodoma e Gomorra é especialmente interessante. Ao saber dos planos do Senhor, Abraão, respeitosamente, questionou a razoabilidade daquela ação:
Talvez haja cinqüenta justos na cidade: fá-los-eis perecer? (…) Não, vós não poderíeis agir assim, matando o justo com o ímpio, e tratando o justo como ímpio! Longe de vós tal pensamento! Não exerceria o juiz de toda a terra a justiça?” O Senhor disse: “Se eu encontrar em Sodoma cinqüenta justos, perdoarei a toda a cidade em atenção a eles.” (Gen 18:24-26)
E o diálogo prosseguiu… Abraão foi abaixando cada vez mais o número de possíveis justos (e se lá tiverem 40 justos? E se forem 20?).
Abraão replicou: “Que o Senhor não se irrite se falo ainda uma última vez! Que será, se lá forem achados dez?” E Deus respondeu: “Não a destruirei por causa desses dez. (Gen 18:32)
O problema é que o total de gente que prestava em Sodoma e Gomorra não chegava à soma dos dedos das mãos. E aí, não teve jeito… Deus mandou fogo na cidade. O que muitos não conseguem ver é que este foi, efetivamente, um ato de misericórdia: numerosos viajantes incautos passavam por aquela cidade, e eram simplesmente estuprados, sem dó. Fazia parte da “cultura local”. Destruindo aquela cidade, Deus impediu que mais crianças crescessem naquele meio abominável, aprendendo a repetir os mesmos erros, além de impedir que outros estrangeiros fossem violentados.

SODOMA_E_GOMORRA

Outra coisa importante de notar é que Deus nunca entrega uma pessoa ou um povo à desgraça sem antes ter avisado, e avisado muuuuito, na esperança de que se arrependam e se emendem:
Em vão o Senhor, Deus de seus pais, lhes tinha enviado, por meio de seus mensageiros, avisos sobre avisos, pois tinha compaixão de seu povo e de sua própria habitação; eles zombavam de seus enviados, desprezavam seus conselhos e riam de seus profetas, até que a ira de Deus se desencadeou sobre o seu povo, e não houve mais remédio. (II Cro 36:15-16)
SOBRE OS APEDREJAMENTOS PREVISTOS NA LEI MOSAICA

“Tá, e o festival de apedrejamentos ordenados por Moisés?”. Bem, tente se transportar para aquela época. Então, o povo recém saído do Egito tinha alguns hábitos nada legais, tais como: sacrificar crianças para agradar aos deuses, fazer suruba como ritual de culto, matar por qualquer motivo as pessoas de sua própria tribo, torturar os escravos, transar com as próprias filhas ou irmãs… Tem mais coisa, mas acho que já deu pra sentir o drama, não deu? Era esse pessoal que Moisés, sob a inspiração de Deus, precisava colocar na linha.

A coisa tava tão feia que era preciso dar um “choque de ordem”. O povo estava no meio do deserto, não havia como estabelecer prisões para deter os infratores (só havia tendas) e autoridade de Moisés era vez por outra contestada. A moral se resumia a “cada um por si e deuses por todos”. Neste cenário punk, a punição por apedrejamento foi a solução encontrada para consolidar o respeito às normas mais básicas da dignidade humana. Era isso ou o caos.

MOISES_ordem_mandamentos_1

Na ocasião da vinda de Jesus, o povo já estava devidamente “catequizado” em relação à Lei de Deus, e o apedrejamento dos infratores da Lei não tinha mais razão de ser aplicado. O povo já não era mais criança; Deus agora os tratava como adultos. A pedagogia divina estava agora numa nova etapa, o desafio era outro. Suas leis já estavam devidamente consolidadas na cultura do povo; faltava agora fazê-la vibrar nos corações, por meio de uma adesão radicalmente livre e amorosa.

Notem que, quando trouxeram a mulher adúltera para que Jesus opinasse sobre o seu apedrejamento, Jesus em nenhum momento criticou Moisés. Ele simplesmente superou a sua lei, levando-a à perfeição: “Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra” (Jo 8:7).

UM DEUS CAPAZ DE AMAR ASSIM…

Por falar em mulher adúltera, era assim que Deus se referia ao povo de Israel toda a vez que ele o traía se envolvendo com o culto a outros deuses: Ele se comparava a um marido traído, que continuamente perdoa a sua esposa prostituída.
Pedirei contas de quando ela oferecia incenso aos ídolos, de quando se enfeitava com anel e colar para correr atrás dos seus amantes e se esquecia de Mim – oráculo de Javé.
Agora, sou Eu que vou seduzi-la, vou levá-la ao deserto e conquistar o seu coração. (…) Nesse dia – oráculo de Javé – chamar-Me-ás «Meu marido» e não mais «Meu ídolo». (…) Casar-Me-ei contigo para sempre, casar-Me-ei contigo na justiça e no direito, no amor e na ternura. (Amos 2:5-18)
Depois de conhecer estas palavras, como ainda podemos pensar que o coração do Deus de Israel era duro? Dura é a cabeça de quem insiste nesta tontice!

FONTE: http://ocatequista.com.br/?p=2154

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