Imagina
um homem que vai ao Padre e lhe pergunta o que deve fazer para Deus abençoar
ainda mais sua vida.
O
Padre, muito pacientemente, diz:
-“Meu
filho, lembra aquela casa que você tem na praia? Venda e dê todo o dinheiro à
uma instituição de caridade!”
-“
O QUÊ?!? O senhor tá louco???”, responde o homem. “O senhor sabe por acaso
quanto vale aquela casa e quando eu vou ter dinheiro pra comprar outra?”
O
Padre continua:
-“Calma
meu filho. Você não me deixou concluir!! Se você fizer isso, semana que vem
Deus te dará 10 casas ainda maiores que essa que você tem! Você não acha que
vale a pena esse sacrifício?”
-“Bem
Padre, realmente olhando por esse lado...”, responde o homem, tranquilizado do
susto!
Quem
não teria coragem de fazer uma operação como essa, sabendo que teria um lucro
enorme mais na frente? Louco seria se não fizesse!
Mas,
parece que quando o investimento é a nível espiritual as coisas mudam
radicalmente. O medo que o risco impõe paralisa, cega e ensurdece o ser humano.
O Evangelho que a Igreja reflete nesse início do Ano da Fé, o do jovem rico (Mc 10, 17-30),
revela essa fragilidade do homem e da mulher.
“Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a
vida eterna?”, pergunta o jovem a Jesus. E Jesus o responde com Seu
Olhar de Amor:
“Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e
terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!”
-“ O QUÊ?!? O senhor tá louco???”, deve ter
sido a resposta daquele moço no pensamento.
“Mas quando ele ouviu isso,
ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.”
Observem a foto abaixo que circulou esses dias no Facebook:
Ela trazia a seguinte explicação: "Diz-se que, antes de um rio entrar no oceano, ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar! Voltar é impossível na existência. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece, porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas TORNAR-SE oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro é renascimento. Assim somos nós (...)."
Só quando se joga naquele mundo de água a sua frente, o rio percebe que ele foi gentilmente convidado pelo seu Criador a um grande investimento: vencer o medo e tornar-se 100 vezes maior. Louco seria se não tivesse aceitado!
O pobre jovem do Evangelho viu-se um pequeno e frágil rio diante de um oceano imenso, nunca visto antes: o olhar de Amor de Jesus Cristo! Que Oceano!
"Dissolver-se nele? E minha história? E tudo que construí e vivi? Apagado para sempre??", deve ter se perguntado. O medo o cegou. Não percebeu que mergulhar-se naquele Oceano teria o tornado oceano também. Ganharia muito mais do que estava desejando.
“Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida — casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna".
E você, qual o investimento que Deus está te pedindo?
Que a Sabedoria Divina nos ilumine para essas decisões e nos dê força e coragem de mergulhar cada vez mais fundo no Oceano de Amor de Deus.
"Poder-te guiar cegamente, agrada-Me, porque Me glorifica!"
(Vol I p. 355)